domingo, 5 de dezembro de 2010

Nos EUA, advogados também são cobradores

“A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”, disse, em 1971, o cientista norte-americano da computação, Alan Kay, ironizando as previsões futuristas ao passo em que elogiava a imaginação humana. Previsões são complicadas, e quando se trata de advocacia e tecnologia, é fácil cair em armadilhas ao se tentar supor sobre até onde se pode ir.

A banca norte-americana de advocacia Buchanan, Ingersoll & Rooney P.C., com sede em Pittisburgh, Philadelphia, surpreendeu o setor esta semana, nos Estados Unidos, ao implantar um software que monitora o faturamento da empresa, apresentando, no computador de cada um dos seus 423 advogados espalhados pelo país, gráficos sobre o faturamento da companhia e o ritmo em que os clientes acertam suas contas com a casa. As informações são do jornalista Rafael Baliardo, correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.

Se algum dos advogados da casa ficar muito atrás na pontuação de recebimento, ou vir seus clientes atrasando as contas, o mesmo é convocado para aprender como agilizar o pagamento de honorários e taxas, ou seja, tomar lições de estratégias de cobrança. Talvez, em outros países, isso soe estranho, porém, dentro da cultura corporativa americana, esse tipo de inovação não causa qualquer embaraço ou constrangimento. Médicos, advogados ou qualquer classe profissional sabem que empresas são negócios, especialmente em tempos de crise.

A crise financeira global obrigou o escritório a voltar suas atenções para as contas a receber. O acesso dos advogados ao banco de dados de cobranças e recebimentos permitiu também que desenvolvessem diversas modalidades de cobrança a partir de “pacotes de serviços” que custam ao cliente uma taxa fixa, permitindo que planejem seu orçamento com gastos legais. O que nem sempre é possível fazer quando o advogado recebe por hora.

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