quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Justiça do Piauí é uma das mais caras do país

Reportagem exibida no Jornal Nacional da TV Globo mostrou que uma causa no Piauí chega a valer o triplo do valor cobrado em São Paulo, conforme pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgada neste blog meses atrás. A pesquisa revelou que quanto mais pobre o estado, mais elevada as custas processuais.

Confira a reportagem exibida pelo Jornal Nacional na íntegra:

"Regiões pobres pagam mais para entrar com ações em tribunais O acesso à Justiça é um direito de todos, mas custa caro. Além da quantia cobrada pelo advogado, é preciso somar também as custas do processos, taxas que reforçam o orçamento dos tribunais.

Os valores variam pelo país. E, de acordo com um estudo do Conselho Nacional de Justiça, quanto mais pobre o estado, mais elevadas as custas.

São Paulo, Distrito Federal e Santa Catarina cobram os menores valores; enquanto que Paraíba, Piauí e Maranhão têm as maiores custas processuais.
Um exemplo: para uma causa no valor de R$ 2 mil, os moradores de São Paulo gastam R$ 82 de custas. Enquanto no Piauí, o gasto é o triplo: R$ 241.

A conclusão do estudo é que nós temos um sistema de custas no Brasil que é totalmente injusto. Para quem não tem condições de pagar o alto preço da Justiça, o caminho é esse: a Defensoria Pública. Lá não se cobra advogado nem as custas trabalhistas. E, para um número cada vez maior de brasileiros, esta tem sido a única maneira de conseguir acesso à Justiça.

"Antigamente a gente atendia aquela parcela mais pobre mesmo da população. Hoje em dia, a gente está atendendo cada vez mais a classe média, que não tem condições de arcar com os custos de um processo", explica a defensora Larrisa Davidovich.

A Defensoria Pública se tornou a principal porta de entrada para a Justiça. Ela é a responsável por 80% dos processos cíveis em todo o país, segundo estimativa da Associação Nacional dos Defensores Públicos.

E, para tornar a Justiça mais acessível a todos , uma das propostas é a criação de uma lei federal que regulamente a cobrança das custas.

No Tribunal de Justiça do Rio, os valores seguem uma tabela e variam de acordo com o tipo de processo. Para o presidente do tribunal, mudanças na legislação poderiam aperfeiçoar a cobrança."Eu acho que o valor único facilita muito a população que busca no judiciário a solução de seus conflitos", explica Luiz Zveiter, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Enquanto isso, Maria Betânia sabe que, para ela, só há um jeito de reabrir o seu negócio. "Correr pra defensoria pública e rezar pra dar certo", afirma".

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