quarta-feira, 1 de junho de 2011

"O crime é um negócio", diz advogado que trabalha no Pará

José Batista Afonso, advogado, é testemunha de que a violência rural, no Pará, é uma regra. Como também é uma regra a impunidade que protege os responsáveis pelas centenas de assassinatos cometidos no Estado nas últimas décadas. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, foram mais de 800 mortes em 40 anos.

Trabalhando para a CPT em Marabá, cidade do leste paraense, Afonso acompanhou alguns dos mais emblemáticos assassinatos ocorridos no Estado, como o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, e a morte da missionária americana Dorothy Stang, em 2005. Agora, como se visse o mesmo filme mais uma vez, encontra-se diante de um novo caso de homicídio por conflitos agrários.

Na semana passada, os extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros em uma estrada na região de Nova Ipixuna. A polícia desconfia de crime encomendado, um roteiro bem conhecido por quem sabe como funciona a rotina do campo no Pará. Vinte dias antes, o casal enviara ao Ministério Público Federal uma denúncia de crime ambiental contra três madeireiras.

Para o advogado da CPT, essa é uma realidade que não vai mudar tão cedo. "A corrente vai sempre arrebentar pelo elo mais fraco", diz ele.

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