sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Escritórios de advocacia precisam se adaptar a geração Y, diz consultor

A advocacia, carreira com fama de tradicional, precisa se reinventar para receber a nova geração de jovens profissionais. É o que afirma Fábio Salomon, diretor da Salomon, Azzi Recrutamento Jurídico ao indicar como escritórios devem lidar com a geração Y. O assunto foi tema de palestra na Fenalaw.

A reclamação por parte dos advogados mais experientes é de que a geração não permanece nos escritórios por mais de um ano, cobram por promoções, planos de carreira e não tem paciência de esperar o resultado de projetos de longo prazo. Somado a isso, com o mercado aquecido, eles são constantemente assediados por outros empregadores.

Salomon diz que os escritórios precisam entender que esses jovens não vão se amoldar à estrutura da banca. “Os advogados gestores devem buscar entender o que querem os advogados mais jovens”, explica.
O consultor reforça: “plano de carreira é indispensável para dar estímulo aos jovens”.

O especialista em gestão e recrutamento de advogados também recomenda mudanças para esses jovens. Para ele, uma pesquisa mais aprofundada sobre a vaga oferecida pode decretar a permanência do jovem na banca ou não. “Eles precisam se informar sobre o plano de carreira que o escritório oferece, o perfil que estão procurando e checar a solidez do escritório ou empresa que está oferecendo a vaga”, diz Salomon.

“O mercado está aquecido, mas é preciso conferir se a oferta é confiável. Do contrário, em seis meses ele pode voltar a procurar outra vaga de emprego”, alerta. De acordo com Salomon, o mercado aquecido é relativo, ao mesmo tempo em que surgem muitas ofertas a maioria é não oferece estabilidade.

Ensino jurídico - Para ele, a falta de preparo para a gestão é consequência da própria universidade. “Os advogados nunca foram ensinados a gerir processos, pessoas e o sistema financeiro, muito menos como negociar, atender os clientes da melhor forma e contratar mais pessoas”, conta.

Salomon comenta que os escritórios de advocacia ou departamentos jurídicos devem investir em uma área de Recursos Humanos profissional, que pense em pessoas em tempo integral; em infraestrutura de Tecnologia de Informação, pois os novos talentos são muitos ligados a isso; e privilegiar a placa e não os indivíduos sócios da empresa.

“Para melhorar a gestão, o escritório pode se basear em programas e ações bem sucedidas que outros escritórios já realizaram, distribuir os benefícios de forma consistente, mostrar que não há favoritismos, além de desenvolver programas de treinamentos e orientação para advogados e outros funcionários”,diz o especialista.

O grande desafio das organizações, neste cenário, é gerenciar seus talentos. “O investimento maior deve ser feito em quem está dentro de casa, e não em quem a empresa deseja que esteja”,finaliza. (Última Instância)

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