sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Advocacia moderna

Por Alessandro Casser,
advogado (OAB/RS nº 59.313)


Nos s diversos meios sociais e até mesmo jurídicos é comum escutar a máxima de que a Advocacia é um ramo saturado, sem perspectiva, que paga muito pouco, e que há muitas faculdades de Direito injetando bacharéis todo ano. Dependendo do enfoque, pode-se até concordar com essas afirmações; no entanto, é importante destacar sobre quais aspectos a Advocacia é ou deixa de ser um bom negócio.

No Brasil, a Advocacia sofreu uma gradual transformação nos últimos 50  anos. Grandes bancas se formaram num panorama de planos econômicos, planos de governo, privatizações e a globalização.

Aproveitando uma oportunidade e aplicando conceitos inovadores de gestão, escritórios transformaram a Advocacia artesanal em bancas de alta performance, formando equipes que podem atender, ao mesmo tempo, a demandas volumosas e complexas.

Para tal transformação, foi fundamental uma mudança de paradigma. Não se espera mais ver um advogado sentado à sua mesa, abarrotada de processos, sem tempo para falar com ninguém, nem mesmo para atender seu cliente.

Nos escritórios de alto desempenho, os advogados desenvolvem uma vida dupla: a real e a virtual, ambas respeitando os princípios éticos e focados no “ser” e não no “ter”; são multiespecialistas o que é impossível individualmente; entretanto, trabalhando em equipe, pode-se formar um indivíduo multifuncional.

Essas equipes ainda se diferenciam através da inovação, ampliando as áreas do conhecimento com base nas próprias paixões, estimulando um ambiente científico de trabalho que impulsiona a criatividade e instiga a curiosidade.

Os valores e a cultura da organização são constantemente impulsionados e, como são exigidos por todos os integrantes, chega-se ao ponto de se formar uma personalidade coletiva que se confunde com a individualidade dos profissionais.

Enfim, o velho conceito, defendido por muitos, de que a Advocacia não pode ser uma empresa, depara-se com uma realidade extirpadora, que arremessa toda a categoria jurídica dentro de ultimatos severos de mercado. Os mesmos ultimatos mercadológicos que fizeram elevar a Advocacia a um patamar de excelência podem eliminar aqueles que não observarem a sinergia do mundo moderno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário