Em editorial sob o título "Falta transparência na gestão do Judiciário", o jornal "O Globo" afirma que a sociedade precisa saber como dinheiro é gasto na administração dos tribunais".
"Em
função do que decidir o STF, o conselho ficará ou não na dependência
das corregedorias regionais, muito contaminadas pelo corporativismo",
afirma o editorial.
Chamou a atenção do jornal "o dado de que
alguém do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro girou R$ 282,9
milhões, por meio de 16 operações financeiras".
O próprio presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, revelou que o
operador daquela fortuna é um “ex-doleiro”, já em investigação pela
Polícia.
Ainda segundo o jornal, "até informação consistente em
contrário, sabe-se, afinal, que a dinheirama nada tem a ver com a
Justiça do Trabalho fluminense. O que um doleiro fazia, ou faz, no
TRT-RJ, esta é outra história, também a ser esclarecida".
"Do
episódio resta que a melhor alternativa diante de situações obscuras
como esta é a transparência total — garantidos os direitos individuais
estabelecidos na Constituição. Um doleiro continuaria nos arquivos do
Coaf, catalogado como servidor da Justiça do Trabalho no Rio, se a
história não fosse divulgada. Quantas outras, bizarras ou não como esta,
existirão nos baús fechados da Justiça?
A corregedoria do CNJ não
pode ser um tribunal de exceção. Nem qualquer outro organismo do
Estado, por suposto. Mas é evidente que chegou a hora de permitir o
oxigênio entrar no monólito indevassável em que se transformou a
intrincada engrenagem administrativa do Judiciário".
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