O desembargador Ivan Sartori,
presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, atribuiu à imprensa parte da culpa pelos
desentendimentos entre o Judiciário e a Corregedoria do CNJ (Conselho
Nacional de Justiça). A Justiça Paulista é o foco do desgaste entre a
corregedora Eliana Calmon e alguns juízes, preocupados com uma suposta
quebra de sigilo nas investigações promovidas no estado.
“Eu acho que há, em relação à corregedoria e o Judiciário, uma falta de
entendimento. Entendimento esse que a imprensa parece que acaba
fomentando um pouco, e acaba jogando um contra o outro, isso está
aparecendo muito”, disse Sartori, ao deixar reunião ocorrida esta tarde
com a ministra. “Às vezes a pessoa está bem intencionada em fazer alguma
coisa, investigar, e aí surge uma certa dissonância que a imprensa
fomenta e isso se transforma em algo maior do que realmente é”,
completou.
De acordo com o presidente da corte bandeirante, o motivo do encontro
com Eliana Calmon foi para entregar o convite para a sua posse, marcada
para o dia 6 de fevereiro. Ele admitiu, no entanto, que a reunião também
tratou sobre a apuração da corregedoria sobre movimentação financeira
atípica na magistratura paulista.
“O que eu quero é que fique tudo muito claro para que saibamos o que
está acontecendo. Eu acho que por ora não temos nada contra o Tribunal
de Justiça de São Paulo. Entretanto, vamos verificar”, disse Sartori.
Ele informou que haverá uma reunião amanhã (17/1) com representantes do
Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para obter mais
informações sobre o caso.
Para o desembargador, o pagamento adiantado de verbas já devidas pelo
tribunal não é considerado irregular. Ele também acredita que o
apontamento de movimentações suspeitas de grande valor no estado se
dilui no longo período apurado pelo Coaf (2000 a 2010) e também no
tamanho do tribunal paulista, que é o maior do país.
“Não há nada que esconder de ambos os lados, e já me pus à disposição.
Qualquer dificuldade que houver em São Paulo, estamos abertos. É um
tribunal que se transformou em um tribunal transparente, e nós estamos
dispostos a fornecer quaisquer informações”. (Última Instância)
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