O advogado Marcus Vinícius Furtado Coêlho foi eleito, com 64 votos, presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil. Ele presidirá a OAB até 1º de fevereiro
de 2016. Seu concorrente, Alberto de Paula Machado, teve 16 votos. Um
conselheiro votou em branco. A posse de Furtado Coêlho e dos novos 81
conselheiros federais será nesta sexta-feira (1º/2), às 9h.
A
sessão que elegeu o novo presidente começou às 19h10. O presidente da
OAB, Ophir Cavalcante Junior, apresentou as duas chapas que disputaram
as eleições e passou a presidência da sessão para o conselheiro federal
Paulo Medina, decano do colegiado.
Medina informou sobre a liminar
que reconduziu ao cargo o conselheiro federal Danilo Mota, do Ceará, e
lhe devolveu o direito de votar. O conselheiro recorreu à Justiça depois
de ser afastado, segundo ele, por retaliação política por ter declarado
voto em Marcus Vinícius.
A segunda questão foi a ausência do
conselheiro federal Luiz Flávio Borges D’Urso, de São Paulo. O
presidente da seccional paulista, Marcos da Costa, indicou um suplente
para votar em seu lugar. Como não há regulamentação expressa sobre voto
de suplente — de acordo com as regras, só titulares votam — Medina teve
de decidir a questão.
E decidiu que o suplente teria o direito de
votar, até para que não houvesse qualquer questionamento no sentido de
cerceamento de voto. O plenário concordou com a decisão. O ex-presidente
nacional da OAB, Reginaldo de Castro, então, quis levantar questão de
ordem. Medina lembrou que não há questão de ordem em decisão do colégio
eleitoral, que tem competência restrita de eleger a direção da casa.
Mas
Paulo Medina disse que não negaria a palavra ao ex-presidente. Castro,
então, disse: “Nunca a OAB assistiu a ofensas tão graves contra um
candidato, sem que houvesse qualquer resposta”, afirmou. O candidato a
que ele se referia era Furtado Coêlho — clique aqui para ler sobre os bastidores da disputa.
Castro
defendeu o debate para que os conselheiros conhecessem as ideias dos
candidatos. O auditório ensaiou risos, já que em um colégio de 81
eleitores, todos se conhecem. Medina disse que a votação iria seguir
porque não houve acordo entre as duas chapas para a realização do
debate. E, como diz o dito popular, quando um não quer, dois não brigam.
A votação seguiu, sem os embates previstos. E Coêlho teve exatamente
quatro vezes mais votos que seu adversário.
Fim do processo
O presidente eleito comemorou, ao mesmo tempo, o resultado e o fim do
processo eleitoral. Disse que, agora que é presidente, "desfez-se o
palanque eleitoral". "Não há mais lados, há agora somente a Ordem dos
Advogados do Brasil".
"Nesse momento, desfaz-se o palanque
eleitoral. A campanha encerrou. Não mais tratarei do passado, passo a
borracha em cima. A partir de agora conclamo a todos os advogados do
Brasil, todos os conselheiros federais para unirmos esforços em prol da
Constituição e da permanente construção dessa entidade histórica.
O
processo eleitoral, como todos, próprios da democracia, tem suas
dificuldades, seus atropelos, mas quando encerrados, as grandes
vitórias significam justamente honrá-las conclamando a todos a
participarem da gestão. Não há mais lados, há agora somente a Ordem dos
Advogados do Brasil, essa entidade que deve ficar à disposição da
sociedade brasileira e da advocacia nacional. Pois a defesa é tão
importante quanto a acusação. É isso que os advogados do Brasil precisam
que a OAB diga à sociedade brasileira".
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