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Milhares de formigas acusadas de retirar farinha sorrateiramente da despensa de frades capuchinhos, em São Luís (MA), foram processadas por furto e danos ao edifício. Segundo a acusação, os túneis subterrâneos escavados pelos insetos poderiam colocar em risco a estrutura do convento. Os frades queriam a expulsão das formigas.
O julgamento - que ocorreu há mais de 300 anos, em 1706, em um tribunal eclesiástico na província do Maranhão - é narrado agora pelo juiz maranhense José Eulálio Figueiredo de Almeida no livro "O Processo das Formigas", lançado na semana passada.
O magistrado conta que escreveu o livro para mostrar as mudanças no direito e nas igrejas em 300 anos. "Antigamente, era comum animais ou objetos serem processados. E a igreja era a que mais processava animais", diz. Na época, não havia o entendimento de que os animais não tinham consciência do certo ou errado, e, como criaturas de Deus, os bichos eram submetidos à igreja.
Em 20 de junho de 1714, terminou o processo, que trazia uma acusação: “os roubos, que as formigas grandes e daninhas faziam na despensa da comunidade, mirando-a e afastando-a da terra, debaixo dos fundamentos, com que ameaçava ruína”.
Foi dado curador às “rés”, fez-se o autuamento, seguiram-se outras diligências. Os padres autores requereram a “instauração de instância perempta”, foram As formigas foram citadas “em sua própria pessoa”, pelo escrivão do foro eclesiástico.
Na história, há casos de ratos excomungados e animais venenosos banidos por ordem de bispos, diz José Eulálio. Ele lembra que a serpente que convenceu Eva a comer a maçã foi condenada por Deus a rastejar para sempre.
Para escrever o livro, Almeida pesquisou em documentos que citavam o processo, já que os autos da demanda - embora seu valor histórico - desapareceram. É possível que os autos processuais tenham sido levados a Portugal, onde não foram mais localizados.
O tribunal eclesiástico chegou a nomear um defensor para os insetos. Ele argumentou que "as formigas não são malditas, nem ladras, pois agiam pela sobrevivência". Não adiantou: foram condenadas.
O autor do livro não sabe se a sentença foi cumprida.
O julgamento - que ocorreu há mais de 300 anos, em 1706, em um tribunal eclesiástico na província do Maranhão - é narrado agora pelo juiz maranhense José Eulálio Figueiredo de Almeida no livro "O Processo das Formigas", lançado na semana passada.
O magistrado conta que escreveu o livro para mostrar as mudanças no direito e nas igrejas em 300 anos. "Antigamente, era comum animais ou objetos serem processados. E a igreja era a que mais processava animais", diz. Na época, não havia o entendimento de que os animais não tinham consciência do certo ou errado, e, como criaturas de Deus, os bichos eram submetidos à igreja.
Em 20 de junho de 1714, terminou o processo, que trazia uma acusação: “os roubos, que as formigas grandes e daninhas faziam na despensa da comunidade, mirando-a e afastando-a da terra, debaixo dos fundamentos, com que ameaçava ruína”.
Foi dado curador às “rés”, fez-se o autuamento, seguiram-se outras diligências. Os padres autores requereram a “instauração de instância perempta”, foram As formigas foram citadas “em sua própria pessoa”, pelo escrivão do foro eclesiástico.
Na história, há casos de ratos excomungados e animais venenosos banidos por ordem de bispos, diz José Eulálio. Ele lembra que a serpente que convenceu Eva a comer a maçã foi condenada por Deus a rastejar para sempre.
Para escrever o livro, Almeida pesquisou em documentos que citavam o processo, já que os autos da demanda - embora seu valor histórico - desapareceram. É possível que os autos processuais tenham sido levados a Portugal, onde não foram mais localizados.
O tribunal eclesiástico chegou a nomear um defensor para os insetos. Ele argumentou que "as formigas não são malditas, nem ladras, pois agiam pela sobrevivência". Não adiantou: foram condenadas.
O autor do livro não sabe se a sentença foi cumprida.
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